quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Mistério Bufo


Trata-se de uma peça trans-histórica, que também remete a um período marcante: a Revolução Comunista Russa e, neste contexto, se criava uma grande expectativa quanto ao sucesso do novo regime e por conseqüência o futuro. Todavia, a relação que a sociedade atual mantém com tais temas modificou-se, hoje a descrença social, à qual se acrescentam previsões de cataclismas ecológicos e econômicos, ajuda a expandir a desesperança e, com ela, a visão pessimista do futuro. Essa visão pessimista parece se justificar na medida em que, sendo Maiakovski um escritor que apontava de maneira esperançosa e otimista para o futuro, e sendo os dias de hoje uma parte do futuro ao qual ele se referia em seus textos, é possível inferir que o tempo presente é a constatação da frustração de uma expectativa de ontem. Logo, a quebra das expectativas parece ter levado o homem contemporâneo à conclusão inegável do seu fracasso e da impossibilidade de se apontar positivamente para o futuro. Em conclusão disso, no contexto em que estamos inseridos torna-se urgente pensar a questão de um olhar para o futuro que não esteja necessariamente atado às utopias, mas que possa ser tão enriquecedor e entusiasmado quanto foi o olhar de Maiakóvski.


Com estreia no Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília, a peça Mistério Bufo estreia no Rio de Janeiro com temporada no Oi Futuro, de 12 de janeiro a 07 de fevereiro de 2010.


Texto: Vladmir Maiakovski
Direção: Fábio Ferreira e Claudio Baltar
Produção: Galharufa Produções

quinta-feira, 18 de junho de 2009

“O Estrangeiro” - Estréia no Teatro Leblon

Sucesso de público e crítica agora no Teatro Leblon

Guilherme Leme encena “O Estrangeiro” de Camus com direção inédita de Vera Holtz



Meursault, o personagem de O Estrangeiro, leva uma vida banal; recebe a notícia da morte da mãe, comete um crime, é preso, julgado, tudo gratuitamente, sem sentido, sendo assim mais um homem arrastado pela correnteza da vida e da História. Seu drama pode ser lido como o drama de qualquer pessoa do seu século, que se depara com o Absurdo, ponto central da obra de Camus. Na trama, Meursault não encontra explicação nem consolo para o que acontece em sua trajetória, tudo acontece à sua revelia e nada faz o menor sentido. Ele não acha explicação na fé, religião ou ideologia, não tem onde se amparar. O que pode ser visto como uma vantagem: esse homem é livre, pode se fazer a si mesmo, sua vida está em aberto. Ele se depara, e se angustia, diante da Liberdade e do Absurdo, e quando descobre que essas duas condições são intrínsecas, finalmente encontra a paz. “Além de ser uma narrativa seca das desventuras de Meursault, condenado à morte por matar um árabe, é também uma autobiografia de todo mundo, do homem contemporâneo”, conclui Guilherme Leme.
Ficha Técnica:

Texto: Albert Camus
Adaptação: Morten Kirkskov
Tradução: Liane Lazoski
Direção: Vera Holtz e Guilherme Leme
Interpretação: Guilherme Leme
Iluminação: Maneco Quinderé
Cenografia: Aurora dos Campos
Trilha e Música Incidental: Marcelo H
Produção: Galharufa Produções

Quinta matinê às 17h
Sexta e sábado às 21h30
Domingo às 20h

MALENTENDIDO - encerra temporada

Mezanino do Espaço Sesc



Uma das peças mais célebres de Albert Camus (ganhador do Prêmio Nobel de literatura), escrita em 1943 durante a Segunda Guerra Mundial.

Depois de viver 20 anos num país estrangeiro um homem volta a seu país de origem à procura de sua identidade. Sua mãe e sua irmã não o reconhecem e em conseqüência de um mal-entendido ele é assassinado.

Texto: Albert Camus
Direção: Marco André Nunes
Co-direção: Pedro Kosovsky

Elenco: Alexandre Dantas, Carolina Virguez, Ludmila Wischansky, Maria Esmeralda Forte e Pedro Farah

Classificação etária: 16 anos