segunda-feira, 15 de junho de 2009

Cia PeQuod


A Cia PeQuod nasceu de uma oficina de teatro de animação realizada em 1999. Dirigidos por Miguel Vellinho, os participantes se uniram em torno do interesse comum de renovar o panorama do teatro de bonecos no Rio de Janeiro, aproximando esta arte clássica à cultura pop contemporânea e a outras manifestações artísticas, como literatura, música, cinema, dança, fotografia, escultura e quadrinhos. Tudo isso sem jamais perder o caráter artesanal da confecção dos bonecos, figurinos e cenários. A técnica mais utilizada pela PeQuod é a manipulação direta, em que os manipuladores animam os bonecos tocando-os diretamente com as mãos,
sem auxílio de luvas, varetas ou fios. E seu repertório conta com espetáculos para crianças, adolescentes e adultos.
Tamanha sede de renovação não tardou para ser reconhecida. A Cia. PeQuod ganhou o Prêmio Shell em
2005, pela iluminação de Renato Machado, além de ter recebido outras três indicações: Categoria Especial (“pela qualidade de criação e manipulação de bonecos”, naquele mesmo ano), Melhor Direção (Miguel Vellinho, 2007) e Melhor Cenografia (Carlos Alberto Nunes, idem). Nunca antes uma companhia de teatro de animação havia sido indicada para tantas e tão prestigiadas categorias do mais importante prêmio de teatro do Brasil.
No currículo da Cia. PeQuod também consta o Prêmio Maria Clara Machado, na Categoria Especial (2003),
tendo sido indicada também para Melhor Cenografia (Carlos Alberto Nunes) e Iluminação (Renato Machado).
O grupo já participou de renomados projetos de circulação de peças, como SESI Bonecos (2005), Caravana Funarte(2005 e 2006) e Palco Giratório- SESC (2004). Seus espetáculos já foram contemplados pelo Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz (premiação máxima, 2006), Fate (Fundo de Apoio ao Teatro, 2004 e 2007) e Procena (Programa de Apoio a Grupos da Secretaria Estadual de Cultura do Rio de Janeiro, 2001). Em dezembro de 2006, a crítica de teatro Bárbara Heliodora incluiu a montagem de Peer Gynt da PeQuod em sua lista dos dez melhores espetáculos do ano, em matéria de capa do Segundo Caderno, suplemento cultural do jornal O Globo.

Espetáculos

Sangue Bom - espetáculo de estréia em 1999

A história de um bizarro e tragicômico triângulo amoroso formado por uma jovem com tendências suicidas, um vampiro amargurado pela solidão da vida eterna e um caçador de vampiros. Sem palavras e com humor ferino, o espetáculo fala de paixão e desilusão, misturando referências de desenhos animados, filmes de terror e literatura gótica. A montagem procura reproduzir no palco os efeitos de enquadramento, edição e movimentação de câmera característicos do cinema.


Noite Feliz – Um Auto de Natal – 2001

Recria o Natal em forma de Teatro de Bonecos. Com leveza, graça e algum humor, este espetáculo conta para adultos e crianças o ambiente e a vida na época do Nascimento de Jesus, sem encerrar-se na questão religiosa, falando também dos usos e costumes do povo daquela região do planeta, há dois mil anos atrás. A peça se inicia com o casamento de José e Maria e vai até a fuga da sagrada família para o Egito.



O Velho da Horta – 2002

Esta farsa, escrita em 1512, é protagonizada por um hortelão idoso que se apaixona por uma jovem freguesa. Embora ela não corresponda ao seu amor, o Velho acredita tê-la conquistado, enganado por uma trapaceira que se faz de intermediária do romance, apenas interessada em lhe arrancar algum dinheiro. Vencedor do Prêmio Maria Clara Machado na Categoria Especial – pela excelência da confecção dos bonecos –, o espetáculo foi montado para homenagear os 500 anos da obra de Gil Vicente, primeiro dramaturgo da língua portuguesa.

Filme Noir– 2004

Cantora de um clube de jazz e suspeita de assassinato, Verônica De Vitta acha que está sendo seguida. Desesperada, ela contrata um fracassado detetive particular, com quem se envolve. Ambos estão metidos numa trama cuja natureza eles jamais poderiam supor. Totalmente em preto-e-branco, o espetáculo adapta para o teatro de animação a estética e os clichês do filme noir clássico, mas subvertendo-os. Montagem vencedora do Prêmio Shell de Melhor Iluminação (Renato Machado), indicada também à Categoria Especial pela qualidade de criação e manipulação dos bonecos usados em cena.

Peer Gynt – 2006


A saga de um anti-herói que sempre foi fiel a si próprio – e a mais ninguém . Este clássico de Henrik Ibsen se mostra perfeito para uma montagem em teatro de animação, graças ao seu tom fantástico, personagens não-humanos ( ou mesmo abstratos ), narrativa não-linear e uma grande diversidade de cenários sugeridos. Atores e bonecos contracenam em pé de igualdade, complementando-se de forma incomum . O espetáculo foi indicado ao Prêmio Shell nas categorias de Melhor Direção (Miguel Vellinho) e Melhor Cenário (Carlos Alberto Nunes).


A Chegada de Lampião no Inferno - 2009


Em uma olaria nos confins no Nordeste, artesãos recriam a saga de Lampião, a partir de peças de cerâmica. As tocaias, os enfrentamentos com a polícia, as festas que o cangaceiro promovia são reproduzidos com graça e picardia típicas do homem do sertão nordestino. Com sua morte em Angicos, inicia uma segunda parte, extremamente fantasiosa, em que Lampião chega ao Inferno. Lá ele terá seu duelo mais divertido. Primeiro porque já está morto, segundo porque o adversário é o dono do lugar.


Visite o site: http://www.pequod.com.br/

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